Hipogonadismo Masculino: Entenda o Que É, Causas e Quando Procurar um Endocrinologista

Hipogonadismo Masculino: Entenda o Que É, Causas e Quando Procurar um Endocrinologista

O termo hipogonadismo ainda gera muitas dúvidas entre pacientes. Afinal, o que ele realmente significa? De forma simples, o hipogonadismo é a condição caracterizada pela produção insuficiente de hormônios sexuais pelas gônadas — ou seja, pelos ovários nas mulheres e pelos testículos nos homens.

Embora o termo possa se aplicar a ambos os sexos, na prática clínica é mais comum utilizá-lo para se referir ao hipogonadismo masculino, especialmente em contextos endocrinológicos.

Dra. Renata Campos

Dra. Renata Campos

Especialista em Endocrinologia e Metabologia

Tipos de Hipogonadismo

Na endocrinologia, classificamos o hipogonadismo masculino em dois tipos principais:

  • Hipogonadismo hipogonadotrófico: ocorre quando há uma falha no estímulo da hipófise (glândula mestra localizada no cérebro) para que os testículos produzam testosterona. Ou seja, o problema está na regulação hormonal central.
  • Hipogonadismo hipergonadotrófico: nesse caso, a hipófise está funcionando corretamente e produz os hormônios de estímulo, mas os testículos não respondem adequadamente, não conseguindo produzir testosterona.

Causas Comuns

1. Síndrome Metabólica e Estilo de Vida

A principal causa de hipogonadismo masculino atualmente está relacionada a condições metabólicas, como:

  • Obesidade
  • Diabetes tipo 2 ou pré-diabetes
  • Excesso de gordura abdominal
  • Sedentarismo
  • Tabagismo e consumo excessivo de álcool
  • Privação de sono
  • Estresse crônico
  • Hipertensão arterial
  • Apneia do sono

Esses fatores contribuem para uma desregulação hormonal, levando à diminuição da produção de testosterona. Esse tipo é geralmente hipogonadotrófico, pois há uma inibição do estímulo adequado da hipófise.

2. Uso de Anabolizantes

O uso de testosterona sintética ou derivados para fins estéticos ou de performance pode causar atrofia testicular. Isso ocorre porque o corpo entende que já há testosterona suficiente e interrompe a produção natural, gerando um quadro de hipogonadismo após a suspensão do uso.

Além disso, esse uso pode comprometer a fertilidade, já que a produção de espermatozoides depende do estímulo testicular.

3. Condições Iatrogênicas e Genéticas

Outras causas incluem:

  • Cirurgias que envolvem a retirada dos testículos ou da hipófise
  • Acidentes que afetam diretamente os órgãos sexuais
  • Tumores hipofisários
  • Doenças genéticas que afetam a formação ou funcionamento dos testículos ou da hipófise

Essas condições podem causar hipogonadismo permanente e, nesses casos, a reposição hormonal com testosterona pode ser necessária.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico do hipogonadismo deve ser feito por um endocrinologista, que irá investigar a causa da deficiência hormonal e propor a conduta mais adequada.

É importante destacar que nem todo caso de testosterona baixa exige reposição hormonal. Em muitos casos, especialmente os relacionados à síndrome metabólica, o tratamento deve focar na melhora do estilo de vida e na estimulação natural da produção hormonal.

A reposição de testosterona deve ser feita com muita cautela, respeitando as indicações clínicas e evitando excessos que podem prejudicar a saúde, como ocorre com o uso indiscriminado de anabolizantes.

Conclusão

O hipogonadismo masculino é uma condição que merece atenção, pois pode afetar a qualidade de vida, a saúde sexual e a fertilidade. Se você apresenta sintomas como fadiga, diminuição da libido, disfunção erétil ou alterações no humor, procure um endocrinologista para uma avaliação completa.

A abordagem correta depende da identificação precisa da causa e do tratamento individualizado, sempre com foco na saúde integral do paciente.

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