Prolactina: Quando o Excesso Desse Hormônio Vira um Problema de Saúde

O Que É a Prolactina?
A prolactina é um hormônio produzido pela nossa glândula hipófise, localizada no centro da cabeça. Esse hormônio desempenha um papel essencial, principalmente durante a lactação, estimulando o tecido mamário a produzir leite.
Naturalmente, os níveis de prolactina aumentam durante a gestação e no pós-parto, preparando o corpo da mulher para a amamentação. No entanto, em algumas situações, esse hormônio pode se elevar sem uma razão fisiológica, indicando possíveis desequilíbrios que merecem atenção.
O diagnóstico preciso da hiperprolactinemia é o primeiro passo para restaurar o equilíbrio hormonal e melhorar a qualidade de vida do paciente.
O Que Causa o Aumento da Prolactina?
O excesso de prolactina, chamado de hiperprolactinemia, pode ocorrer por diversas razões. A principal causa é a presença de um prolactinoma, um tumor benigno na hipófise que estimula a produção excessiva do hormônio. Felizmente, na maioria dos casos, esse tumor é tratável com medicamentos.
Além disso, outros fatores podem elevar a prolactina:
1. Medicamentos
A prolactina é regulada pela dopamina, um neurotransmissor que inibe sua produção. Alguns medicamentos usados em psiquiatria e neurologia, como antipsicóticos, podem interferir nesse mecanismo, levando ao aumento do hormônio. Outros remédios, como a domperidona (usada para náuseas e refluxo), também podem ter esse efeito.
2. Hipotireoidismo
Quando a tireoide não produz hormônios suficientes, a hipófise tenta compensar estimulando sua função. Nesse processo, há também um aumento indireto na prolactina. Normalizar os níveis de hormônio tireoidiano geralmente resolve o problema.

3. Insuficiência Adrenal
Condições raras, como a deficiência de cortisol, podem levar ao aumento da prolactina devido ao desequilíbrio hormonal.
4. Estresse e Fatores Transitórios
O estresse e a falta de repouso antes do exame podem causar um aumento discreto e temporário da prolactina. Por isso, recomenda-se repouso de 20 a 30 minutos antes da coleta do sangue.
Principais Sintomas de Prolactina Elevada
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Galactorreia - produção de leite fora do período de amamentação
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Alterações na fertilidade - dificuldade para engravidar, ciclos menstruais irregulares ou amenorreia
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Redução da libido e disfunção sexual - tanto em homens quanto em mulheres
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Ginecomastia - aumento das mamas em homens
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Dor de cabeça e alterações visuais - em casos de tumores maiores que comprimem estruturas próximas
Como é Feito o Diagnóstico?
Quando detectamos níveis elevados de prolactina em exames de sangue, investigamos todas as possíveis causas. Além da dosagem hormonal, podemos solicitar:
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Ressonância magnética da hipófise - para identificar prolactinomas
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Exames de tireoide e cortisol - para descartar hipotireoidismo e insuficiência adrenal
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Avaliação oftalmológica - se houver suspeita de compressão do nervo óptico
Tratamento da Hiperprolactinemia
Na maioria dos casos, o tratamento é feito com agonistas dopaminérgicos como a cabergolina ou a bromocriptina. Esses medicamentos imitam a ação da dopamina, reduzindo a produção de prolactina e, muitas vezes, diminuindo o tamanho do tumor (quando presente).
A cirurgia é reservada para situações específicas, como tumores muito grandes que não respondem aos remédios ou que comprimem estruturas cerebrais.
⚠️ Importante: Todo tratamento deve ser realizado sob rigoroso acompanhamento médico endocrinologista, com monitoramento periódico dos níveis hormonais e ajuste individualizado das medicações. Nunca interrompa ou modifique sua medicação sem orientação profissional.
E na Gravidez?

Para mulheres que planejam engravidar, os medicamentos podem ser usados com segurança desde que com acompanhamento endocrinológico regular. Eles atuam normalizando os níveis hormonais e restabelecendo a ovulação. A suspensão do tratamento após a concepção é indicada na maioria dos casos, sendo mantido apenas em situações específicas que requerem monitoramento rigoroso durante a gestação.
Considerações Finais
A prolactina é um hormônio essencial, mas seu excesso pode trazer complicações. Se você apresenta sintomas como alterações menstruais, produção de leite fora da amamentação ou dificuldade para engravidar, procure uma endocrinologista para avaliação.
Com o diagnóstico correto e tratamento adequado, é possível controlar a hiperprolactinemia e recuperar a qualidade de vida.
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