Remédios para Obesidade que Agem no Cérebro

Remédios para Obesidade que Agem no Cérebro

“Doutora, eu tenho muito medo de usar um remédio que age no sistema nervoso central para o tratamento da obesidade, porque tenho receio de efeitos colaterais...”

Essa é uma dúvida muito comum entre pacientes que estão iniciando ou já estão em tratamento contra a obesidade. O medo é compreensível, mas é importante entender como esses medicamentos funcionam e por que, em muitos casos, eles são essenciais — e seguros — para o tratamento.

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Se a causa da obesidade também está no cérebro, é natural que o tratamento inclua medicamentos que atuem nessa região.

Por Que Alguns Medicamentos Precisam Atuar no Cérebro?

Como o cérebro exerce influência direta sobre a fome e a saciedade, muitos medicamentos para obesidade precisam agir nessas áreas para terem efeito. Eles atuam em receptores específicos nos neurônios, enviando sinais que ajudam no controle do apetite, da compulsão e do prazer excessivo ao comer.

Dra Renata Endocrino -  sinapse neuronio
Dra Renata Endocrino -  Mulher com obsidade comendo

Isso não significa, no entanto, que qualquer medicamento que atue no cérebro causará efeitos colaterais mentais ou psiquiátricos. Na verdade, muitos desses remédios foram desenvolvidos para atuar de forma altamente específica, o que reduz esse risco.

Exemplos de Medicamentos que Agem no Cérebro

Medicamentos como semaglutida, liraglutida e tirzepatida atuam diretamente no centro da fome e da saciedade, além de afetarem positivamente o sistema límbico — a área responsável pelas emoções.

Por serem mais específicos e focarem em receptores relacionados ao controle alimentar, tendem a causar menos efeitos colaterais psiquiátricos, ao contrário de medicamentos que atuam em neurotransmissores mais amplos e menos direcionados.

E os Medicamentos Psiquiátricos?

Em alguns casos, medicamentos psiquiátricos também são indicados para o tratamento da compulsão alimentar, condição presente em cerca de 30% das pessoas com obesidade.

Esses remédios podem ajudar desde que a prescrição seja feita com critério, avaliando o histórico do paciente, outras condições psiquiátricas existentes e possíveis efeitos colaterais. Quando bem indicados, eles podem ser grandes aliados no controle da obesidade.

Dra. Renata Campos

Dra. Renata Gonçalves Campos

Especialista em Endocrinologia e Metabologia

O Papel do Endocrinologista no Tratamento

Em alguns casos, medicamentos psiquiátricos também são indicados para o tratamento da compulsão alimentar, condição presente em cerca de 30% das pessoas com obesidade.

Além disso, o endocrinologista que passou por residência médica nessa especialidade também teve formação prévia em clínica médica, o que amplia ainda mais sua visão e capacidade de manejar condições associadas e possíveis efeitos adversos.

Conclusão

A atuação de medicamentos no sistema nervoso central não é um problema — desde que bem indicada e acompanhada por um especialista. Quando a causa da obesidade envolve o cérebro, é natural que o tratamento inclua medicamentos que atuem nesta região.

Converse com seu endocrinologista. Ele saberá avaliar sua situação individualmente e indicar o melhor caminho para um tratamento seguro, eficaz e sustentável.


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